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Comissão questiona uso de área perto de terreno contaminado da INB Destaque

"Frange afirmou que, segundo os estudos realizados na época, a contaminação do terreno não compromete a saúde de transeuntes, porém há riscos para pessoas que permanecem longos períodos no local, como ocorreria com pacientes e funcionários da AACD".
Nota da Antpen: Imagina para trabalhadores que ficaram expostos durante 12 horas diárias e por longos anos à radiação da INB?

 

A Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente pediu, através de requerimento aprovado nesta quarta-feira, esclarecimentos a respeito da doação de um terreno em Jurubatuba, Zona Sul de São Paulo, para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). A área em questão é vizinha ao local em que estão materiais radioativos sob responsabilidade da antiga Nuclemon, atual INB (Indústrias Nucleares do Brasil).

Os membros da comissão se mostraram preocupados com a instalação de um equipamento de uso coletivo na região. “Temos laudos técnicos que mostram que em um raio de 10 quilômetros do terreno da INB é preciso ter muito cuidado a cada intervenção”, disse Paulo Frange (PTB), presidente do colegiado e vice-presidente da CPI que, em 2009, investigou a situação do local.

Frange afirmou que, segundo os estudos realizados na época, a contaminação do terreno não compromete a saúde de transeuntes, porém há riscos para pessoas que permanecem longos períodos no local, como ocorreria com pacientes e funcionários da AACD.

Além do requerimento que pede esclarecimentos sobre a doação do terreno ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e ao secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, a comissão também foi favorável a cobrar da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) os laudos que possibilitaram o uso da área pela AACD.

IBAMA

O Ibama enviou à Câmara Municipal o relatório de sua última vistoria à antiga sede da Nuclemon, segundo o qual é perigosa a situação dos rejeitos nucleares armazenados no local. O órgão afirmou ainda que os riscos de distribuição do material radioativo por conta de chuvas e alagamentos tornam necessária sua remoção imediata.

Segundo o vereador Natalini (PV), presidente da Comissão Extraordinária Permanente do Meio Ambiente, o posicionamento do Ibama vai ao encontro do que o colegiado constatou com a visita que realizou no local, em abril deste ano. "Queremos que a empresa retire da cidade o material e leve, como disse o Ibama, para um local apropriado”, disse.

Natalini afirmou ainda que, recentemente, a Cetesb deu prazo de 60 dias para que todo o material radioativo fosse removido da cidade de São Paulo, o que até agora não ocorreu.

Atualmente, cerca de 80 toneladas de terra contaminada com urânio e tório estão no terreno da INB. O material tem sido depositado em galpões, porém até agora não há informações sobre para onde será levado.

(31/08/2011 - 15h52)

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

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